Artigo de opinião: características, estrutura - Mundo Educação
O conflito interpessoal refere-se a um desacordo dentro de um indivíduo, que é causado pelas suas próprias ações, emoções, crenças e valores. Por outras palavras, é um envolvimento psicológico que ocorre dentro de um indivíduo. Por vezes, é um conflito entre o que deve e o que quer. Aqui, deve ser sempre movido por valores e crenças, enquanto uma necessidade é movida pelo ambiente. No texto abaixo, o autor demonstra, num primeiro momento, que os congestionamentos são ruins para a economia. Depois, tenta mostrar como os problemas de mobilidade dificultam a democratização do espaço público. Para demonstrar essas afirmações, ele se utiliza de argumentos. Revisitaremos a definição de conflito nos estudos da antropologia, da antropologia linguística, da sociolinguística, da sociolinguística interacional e da fala-em-interação. Exploraremos, também, como as comunidades linguísticas são vigiadas e reguladas pelas ideologias e prescrições linguísticas, eclodindo conflitos linguísticos. Serão abordados, ainda, como ocorrem situações de conflito em interações da vida social e, depois disso, podendo ser rememoradas e narradas, apontando, assim, a perspectiva êmica e elencando as agendas dos interactantes e dos narradores. Este artigo apresenta contribuições acadêmicas, em âmbito microinteracional e em âmbito macrossocial, com foco nos estudos e análises de conflito, em processos comunicativos da fala-em-interação e das narrativas de conflito coconstruídas. O conflito em torno do ego desenvolve-se frequentemente a par de outros tipos de conflito, e pode dificultar a navegação de qualquer desacordo. Acontece normalmente quando o conflito se torna pessoal.
O artigo de opinião consiste num gênero discursivo que constrói uma opinião a respeito de uma questão controversa. Bräkling (2000) esclarece que esse gênero objetiva convencer o leitor com relação a uma ideia, de modo a influenciar e transformar seus valores por meio da argumentação a favor de uma posição e da refutação de possíveis opiniões contrárias. Conforme a autora, esse processo prevê a sustentação das afirmações por meio da apresentação de dados consistentes. Assim, a tipologia textual de base do artigo de opinião é dissertativa. Por fim, na perspectiva da sociolinguística, o conflito é interpretado como uma atividade social, criado e conduzido, principalmente, por meio da fala e em processos interativos da vida cotidiana (GARVEY e SHANTZ, 1995GARVEY, Catherine; SHANTZ, Carolyn Uhlinger. Conflict Talk: Approaches to Adversative Discourse. In: SHANTZ, Carolyn Uhlinger; HARTUP, Williard W. (orgs). Conflict in Child and Adolescent Development: Cambridge Studies in Social and Emotional Development. Nova York: Cambridge University Press, 1995[1992], pp. 93-121. [1992], pp. 93-94). 6 Seremos todos um, católicos, anglicanos, protestantes, negros, árabes e judeus, sem guerras religiosas nem conflitos raciais. É simplesmente uma questão de tempo.
A estrutura do artigo de opinião
Gênero artigo de opinião - Verifique a política da sua empresa. Se aplicável, reveja as políticas da empresa que estão relacionadas com o conflito. Siga os procedimentos já em vigor, ou contacte um supervisor para obter orientação.
A seguir, revisitarei a definição de conflito social e de conflito nas relações humanas. Em seguida, abordarei o conceito de conflito linguístico relacionado às ideologias linguísticas e à prescrição da/na linguagem. Depois, discutirei a concepção de fala de conflito e de narrativa de conflito. Por fim, apresentarei as considerações finais. As interações familiares com conflitos verbais e desacordos foram observadas por Vuchinich (1990VUCHINICH, Samuel. The Sequential Organization of Closing in Verbal Family Conflict. GRIMSHAW, Allen Day (orgs). Conflict talk: Sociolinguistic Investigations of Arguments in Conversations. Nova York: Cambridge University Press, 1990.), em The Sequential Organization of Closing in Verbal Family Conflict. O autor conceitua o conflito verbal como uma atividade de fala, podendo incluir dois ou mais participantes em um ato de interação. No ambiente familiar, o terceiro participante pode ser o causador do conflito - por exemplo, um dos pais (VUCHINICH, 1990, p. 120). Nos relacionamentos com conflito que não chegam a uma conclusão, pode-se utilizar a estratégia interacional de stand-off4 4 No sentido de se retrair ou de se reservar (silenciar) como evitação do agravamento do conflito. como uma maneira de ninguém perder a face (GOFFMAN, 2012GOFFMAN, Erving. Ritual de Interação: Ensaios sobre o comportamento face a face. Petrópolis: Vozes, 2012[1967].[1967]), sem exigência de compromisso, submissão ou ato de concessão, tornando o caminho mais fácil para pôr fim ao conflito (VUCHINICH, 1990VUCHINICH, Samuel. The Sequential Organization of Closing in Verbal Family Conflict. GRIMSHAW, Allen Day (orgs). Conflict talk: Sociolinguistic Investigations of Arguments in Conversations. Nova York: Cambridge University Press, 1990., p. 134). O autor observa, a partir de seus dados, a recorrência de cinco formatos do encerramento de conflito em contexto familiar: 1) a submissão (assentimento do oponente), quando uma parte aceita a posição da outra parte; 2) o compromisso, quando uma concessão é oferecida por uma parte e aceita por outra; 3) o stand-off, quando nenhuma submissão ou compromisso é alcançada, com turnos e falas seguidas de silêncio; 4) a retirada, quando um dos oponentes da conversa de conflito se retira da atividade da fala ou do ambiente físico em que conversavam; e 5) a intervenção de terceiros (facilitador/mediador), quando um terceiro participante neutro, com mais autoridade que os oponentes do conflito, emite uma opinião para encerrar a disputa. Pode ser, ainda, que os oponentes se submetam ao terceiro, sem desejar ganhar a face para o seu lado e sem pedir a opinião, mas permanecendo em oposição entre si (Ibid., pp. 123-134). Na perspectiva da antropologia linguística, Jacquemet (2000JACQUEMET, Marco. Conflict. Journal of Linguistic Anthropology, vol. 9, n. l-2, pp. 42-45, 2000.) define o conflito em ordem macro e micro, assim como Giddens e Sutton (2016GIDDENS, Anthony; SUTTON, Philip W. Conceitos essenciais da sociologia. São Paulo: Editora Unesp, 2016.). Jacquemet defende que o conflito permite a compreensão da intercessão entre linguagem (na ordem sociolinguística interacional e analítica da conversa) e poder (na ordem filosófico-sociológica, com contribuições teóricas de Foucault e Bourdieu). Isso porque, em muitos momentos da vida, o conflito pode romper os laços sociais e provocar colapsos sociais - por exemplo, confrontos territoriais/interétnicos e disputas familiares ou interpessoais (JACQUEMET, 2000JACQUEMET, Marco. Conflict. Journal of Linguistic Anthropology, vol. 9, n. l-2, pp. 42-45, 2000., p. 42). Muitas vezes, o conflito precisa ser administrado pela comunicação, com redes interacionais e, algumas vezes, com mediadores de conflito, para que se possa reconfigurar a ordem interacional. Jacquemet notifica que o conflito é constituído de acusações e solicitações, exigindo as responsabilidades dos acusados, mas sempre apresenta os anseios dos avaliadores do conflito. O autor aponta, ainda, que por meio de análises (dos pisos) interacionais e de seus respectivos dispositivos discursivo-linguísticos é possível observar como em uma conversa entre pessoas há repentinos conflitos e, consequentemente, colapsos na coerência conversacional, gerando assimetrias e dominação interacional (Ibid.).